No penúltimo dia da
mostra, a proposta foi um mergulho no cenário da educação brasileira e sua
projeção na vivência dos jovens. O documentário “Pro Dia Nascer Feliz”, de João
Jardim, foi a última sessão apresentada na terça-feira, 14, e colocou à mesa
muito a ser debatido.
O segundo longa-metragem
do diretor retrata a relação complexa do adolescente com a escola, registrando
o cotidiano de regiões distintas do Brasil. Deparamo-nos com as limitações de
uma área periférica de Pernambuco, uma situação crítica no Rio de Janeiro e
quadros antagônicos em São Paulo, onde um lado se preocupa com a violência no
local de estudo e o outro se deprime com a redução de cortejos por rapazes
naquele ano por estar estudando demais. A gama de problemas se difere
drasticamente em suas nuances, revelando-nos brechas de uma realidade mais
problemática que o imaginado. As questões surgem de fontes diferentes em cada
ponto do país, sendo que fazem ecoar um mesmo pedido – uma reforma profunda e
cuidadosa na educação, e também na forma de pensar a juventude brasileira.
O convidado para o debate
após o filme foi Hebert, professor de Departamento de Educação na UFOP. Ele
apontou aspectos do documentário do ponto de vista pedagógico, tecendo teorias
e compartilhando experiências que teve nos diversos setores da educação. Os
presentes se envolveram e também dividiram suas histórias e impressões, já que
a maioria, como contaram, se encontravam ou na posição de aluno ou de
professor. A apresentação do documentário e o debate por ele estimulado
propiciaram uma reflexão sobre a vasta possibilidade de fatores que são
intrínsecos à vivência na e da escola e os elementos que acabam por definir o
rumo de milhares de jovens.
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